BIBLIOTECAS NA FICÇÃO: A BIBLIOTECA DE HOGWARTS
“Prezado Sr. Potter,
Temos o prazer de informar que V. Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. [...]”
Foi através dessa carta que o adolescente de 11 anos, Harry Potter, descobriu que existia bruxaria e que não era um trouxa (forma como as pessoas comuns eram chamadas) e sim um bruxo. Detalhe: um bruxo misteriosamente famoso. Soube também que havia uma escola de magia e bruxaria chamada Hogwarts, onde foi admitido para desenvolver seus poderes. Como toda instituição de ensino que se preze, havia uma biblioteca. Era usada pelos alunos para trabalhos escolares e pesquisas pessoais. Por essa última possibilidade, Harry, Hermione e Rony, personagens de Harry Potter e a Pedra Filosofal, de J. K. Rowling, vão procurar resolver um mistério, com uma única pista: o nome “Nicolau Flamel”, acidentalmente mencionado por Rúbeo Hagrid, Guardião das Chaves e das Terras de Hogwarts. Será intenção deste texto apresentar essa biblioteca a partir da busca desses personagens.
Geralmente, uma biblioteca dispõe de fichas catalográficas, físicas ou virtuais. Através dessas fichas, é possível pesquisar por autor, título ou assunto. Nos catálogos online, ainda é possível utilizar filtros para refinar a busca. Todavia, ainda assim o usuário pode encontrar dificuldades para ter sucesso em sua pesquisa. Com “dezenas de milhares de livros; milhares de prateleiras; centenas de corredores estreitos." (p. 111), se o objeto de estudo não está bem descrito nas fichas, é uma aventura localizar uma informação. Somente a convivência com os livros e um pouco de sorte é que vão favorecer a investigação. Foi o que aconteceu com os personagens da narrativa.
Uma pesquisa bibliográfica geralmente inicia-se pelas enciclopédias e coletâneas. Foi mais ou menos o que os personagens fizeram ao consultar os livros: “Grandes sábios do século XX”, “Nomes notáveis da mágica do nosso tempo”, “Importantes descobertas modernas da magia” e “Um estudo dos avanços recentes na magia”. (p. 111), no entanto, sem grandes sucessos. Além desse expediente, cada personagem procurou empregar seu método de estudo:
"Hermione puxou uma lista de assuntos e títulos que decidira pesquisar enquanto Rony se dirigiu a uma carreira de livros e começou a tirá-los da prateleira aleatoriamente. Harry vagou até a Seção Reservada.” (p. 112).
Portanto, a pesquisa dispunha de uma busca sistemática por assunto e título, uma busca aleatória e uma busca por seção. Algumas seções, como a Reservada, dispõem de regras específicas, que delimitam o acesso, com horários específicos e usuários capacitados. Em Hogwarts:
“o estudante precisava de um bilhete assinado por um professor para consultar qualquer livro reservado e ele sabia que nenhum jamais lhe daria o bilhete. Eram livros que continham poderosa magia negra jamais ensinada em Hogwarts e somente lida por alunos mais velhos que estudavam no curso avançado de Defesa Contra as Artes das Trevas."
O astuto Harry Potter conseguiu penetrar na seção reservada da biblioteca, localizada ao fundo, separada por uma corda do resto do acervo. Como se pode imaginar, havia algo de misterioso e mágico na Seção:
“Suas letras descascadas e esmaecidas formavam dizeres em línguas que Harry não entendia. Alguns nem sequer tinham título. Um livro tinha uma mancha escura que fazia lembrar horrivelmente de sangue. [...] Talvez fosse imaginação dele, talvez não, mas achou que ouvia um sussurro inaudível vindo dos livros, como se eles soubessem que havia alguém ali que não deveria estar.”
Apesar do esforço, Potter só conseguiu tomar um grande susto. Foi necessário associar à pesquisa mais uma informação - Dumbledore:
“Escutem só isso: O Prof. Dumbledore é particularmente famoso por ter derrotado Grindelwald, o bruxo das Trevas, em 1945, e ter descoberto os doze usos do sangue de dragão, e por desenvolver um trabalho de alquimia em parceria com Nicolau Flamel." (p. 122-123).
Isso é uma fonte indireta, ou seja, não é o objeto de estudo, mas ajuda a localizá-lo. Com essa informação, ficou fácil para Hermione descobrir no seu livro de cabeceira, retirado há algumas semanas da biblioteca, que Nicolau Flamel, era o nome de um alquimista, com 665 anos de idade, que se dedicou à produção da Pedra Filosofal, capaz de transformar metais comuns em ouro e produzir o elixir da imortalidade.
Para um pesquisador, realizar uma descoberta em uma biblioteca é como produzir ouro. Compartilhar as descobertas é como achar o elixir para a imortalidade.
Alohomora (palavra mágica para abrir fechaduras)! Que as portas do conhecimento se abram para a humanidade!
Fonte da imagem: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Harry_Potter_wordmark.svg>.
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