Série Ficção Científica

 


por Alexandre Xavier Lima


Nesta série, alguns alunos do sétimo ano especulam sobre o futuro, considerando os avanços tecnológicos e a relação entre ser humano e seu ambiente. Nós te convidamos a prestigiar as primeiras aventuras desses alunos nesse gênero e viajar pela imaginação!

 

 

Revolta dos Robôs (Parte 2)

Sofia Morelli de Aguiar, 72

 

[...]

- ANNIE! ANNIE! ACORDE! 

- Ah... o que? O que houve? – Annie perguntou confusa. 

Ela olhou para frente, e viu um cara moreno, com cabelos castanhos claros, a barba por fazer, e olhos azuis: 

- Quem é você? 

-  Isso não importa agora. Você precisa me ajudar. O dono dessa fábrica ainda está aqui dentro, precisamos achá-lo...

- O Aurelio?

- Sim. 

O homem a ajudou a se levantar, e andou até uma sala, abriu a porta e saiu de lá com dois skates. Aparentemente, eles os ajudariam a chegar ao destino deles mais rápido. Annie ficou admirada:

- SKATES FLUTUANTES? NÃO BRINCA!

- Haha, são sim.

E então, eles ligaram os skates e o homem foi na frente, já Annie, caiu:

- Eu achava que era igual a skate normal. – disse Annie, se levantando da queda.

- Vamos mais devagar, eu vou te ensinando. – O homem disse com um sorriso bondoso. 

E eles foram mais devagar, até chegar à sala. Annie olhou o mapa:

- É aqui mesmo.

Nessa sala tinha a máquina de verificação. Annie procurou em todos os bolsos, mas não achou o cartão que tinha pegado. Então, o homem deu um passo à frente e tirou um cartão do bolso. A máquina falou:

- Rodrigo, acesso liberado.

Annie olhou para ele com uma cara de espanto, mas ao mesmo tempo confiava nele, e nem ela sabia o porquê. Ele podia ser do mal, mas algo nela dizia que ele era do bem, que ela podia confiar, parecia alguém que ela conhecia. A porta se abriu e os pensamentos dela sobre isso acabaram. Ao erguer a cabeça avistou seu tio.

- Olá para vocês dois. – Aurelio estava com uma expressão séria, e Annie não entendeu nada. Ele não estava correndo perigo? As máquinas queriam destruir tudo! Talvez a porta tenha barrado as máquinas, mas por que ele aparenta estar calmo e sério? Deu tudo errado!

- Desgraçado... – Rodrigo disse. 

- Querido irmão! Como escapou? Já sei... se aproveitou que estava tudo um caos? – provocou Aurelio.

- Como assim irmão? Você só tinha um, e meu pai morreu...

Então, Aurelio levantou a cabeça. Sua pele branca estava mais pálida que o normal, e sua careca refletia luz. Doía olhar:

- Não reconhece seu próprio pai, querida sobrinha? 

- M-mas... – Annie olhou para Rodrigo, sem conseguir falar. 

- Eu explico – Disse Aurelio, olhando para o irmão com cara de ódio. – Seu pai, meu irmão, era uma pessoa ‘’incrível’’. Tudo era ele, tudo era para ele, ele sempre era o melhor, sempre ganhava tudo, tinha as maiores notas, tinha mais amigos, era o querido dos professores, ele tinha tudo... e eu? Não tinha nada. Meus pais me comparavam a ele, falavam que eu não ia ser ninguém. Então eu decidi fazê-los se arrependerem. Tentei quatro vezes abrir empresas e ficar rico, mas nunca dava certo. Nunca. Até que um dia eu me cansei. Liguei para o seu pai, o Rodrigo, e perguntei o que ele estava fazendo. Ele falou que estava criando uma nova tecnologia robótica, mas estava difícil terminar, porque ele tinha uma criança de quatro anos para cuidar. A ideia dele era muito lucrativa, me daria muito dinheiro, mas eu não sabia como fazer um projeto robótico. Então chamei seu pai até minha casa, e forjei a morte dele, dizendo que ele bateu de carro e caiu no rio, e como o chefe da polícia é meu amigo, ele me ajudou. Então, seu pai começou a trabalhar para mim, pois o aprisionei e ameacei falando que mataria você e sua mãe se ele não fizesse o que eu mandasse. Mas ele fez as máquinas de um jeito errado!

- Não estão erradas! Você queria que eu acabasse logo, só que exige tempo! Você não me deu tempo! Pegou um projeto que ainda não estava pronto e usou! – disse Rodrigo com ódio.

- Ninguém se importa. – Aurelio disse, revirando os olhos.

- Tio, isso está matando pessoas! Por favor, pare com isso!

    -Eu até poderia, pois tem um botão para eliminar todos os robôs. Mas, causando danos ou não, sendo bons ou ruins, eu vou ser reconhecido, famoso e importante! Não ligo quais são as consequências, se pessoas vão morrer. A humanidade está em minhas mãos! Eu sou mais poderoso do que qualquer um foi!

Annie estava desesperada, não conseguia pensar direito. Seu pai estava vivo? O tio dela era do mal? Os robôs vão matar todos? Quanto tempo ela foi enganada... NÃO! Já deu de perguntas, ela precisava impedir seu tio, independente das perguntas que ela tinha na cabeça. Então, ela respirou e tentou lembrar de algo que a pudesse favorecer. Finalmente uma luz piscou em sua mente. Seu tio tinha quebrado a perna caindo de escada. Ele tinha um ponto fraco! Chutando a perna ele cairia, Rodrigo poderia fazer os robôs se destruírem e Aurelio iria para a cadeia!

Ela avançou. Aurelio se perguntou, como? Ele tinha revelado coisas de mais para a cabeça dela ficar confusa, mas Annie parecia saber o que tinha que fazer. E então ela saltou em direção ao seu tio, que sacou uma arma que estava na frente do botão, e atirou para a frente, ela esquivou, e atingiu a perna quebrada de lado. Seu tio estava caído no chão, e ela se levantou, e berrou:

- PAI! VENHA DESATIVAR OS ROBOS!

Rodrigo foi correndo, sem acreditar. Ele viu que o botão estava protegido por uma cápsula de vidro, que poderia machucar se ele não a quebrasse com cuidado.

Aurelio viu a arma que ele usou na sua frente, e notou que os dois estavam ocupados. Ele sacou a arma, e mirou na Annie, mas seu pai a protegeu, e foi baleado no braço.  Annie avançou no tio, e tirou a arma dele imobilizando seu braço, e usou a arma para quebrar o vidro, e então, ela apertou o botão. 

Todos os robôs foram pulverizados. Os policiais que estavam tomando conta da situação ficaram aliviados, e logo as ambulâncias chegaram para cuidar dos feridos. 

Tinha dado tudo certo, Annie e seu pai tinham salvado a humanidade! Não demorou muito para a ambulância chegar e levar o pai e ela para o hospital, e a polícia para levar o tio para a cadeia. Eles tinham todas as provas, testemunho de pessoas que trabalhavam lá, e do Rodrigo. 

Dia 24 de dezembro, véspera de Natal.

A família de Annie estava reunida de novo, seu pai e mãe estavam enfeitando a casa por fora, enquanto Annie ia pegar um pinheiro para ser a árvore de Natal. Mãe e filha ainda estavam em choque, mas muito felizes por descobrirem que o marido/ pai delas não tinha morrido. Eles tiveram um Natal feliz, com vários presentes. E nunca mais falaram sobre robôs!

 

Fonte da imagem: https://images.app.goo.gl/5Q85uT4bZzq6h1L38

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