RESENHA: Pretinha, eu? (Livro de Júlio Emílio Braz)
por Mateus Almeida Barros (Turma 72)
“Pretinha Eu?” é um livro escrito por Júlio Emílio Braz, que conta a história de uma menina chamada Vânia, uma garota negra que recebeu uma bolsa para o colégio Harmonia, e sofria muito preconceito por ser uma escola de elite muito cara que praticamente só tinha gente branca e rica. Porém não é Vânia que conta a história, e sim sua amiga Bel.
Bel era uma garota negra também, porém com a tonalidade da pele um pouco mais clara que Vânia, por isso não sofria tanto quanto ela, pelo contrário, ela era do grupinho que falava mau de Vânia só por causa de seu tom de pele, e ela fazia isso porque não se achava negra como Vânia, ela achava que era diferente, achava que era morena, pois seus pais influenciavam ela dizendo que ela era “morena” não negra, só que ao longo da história, Bel percebe que está fazendo a coisa errada com Vânia e começa a aceitar que é negra e além de se aceitar e fazer amizade com Vânia, ela ainda muda o jeito que seus pais a viam e viam os outros, pois sua mãe não gostava de Vânia só por ela ser negra.
Aliás, Vânia teve várias versões de si mesma na história, como, por exemplo, no início, teve a Vânia que não ligava para as bobagens que falavam dela que era inteligente e calma, tinha a Vânia que sentia medo e vergonha, que faltou três dias seguidos de aula, tinha a Vânia brava e cabeça quente, que socou Carmita, uma das garotas que implicavam com ela porque ela sujou a roupa de Vânia no dia da festa junina, Vânia era tudo isso que acabei de citar e muito mais.
Eu não me identifiquei com ninguém, porém a que mais combinava comigo seria a Bel, porque eu sou negro com um tom de pele mais claro que nem ela, só que eu não acho que não sou negro, porque além de meu pai ser negro, eles nunca tocaram muito nesse assunto de falar se eu era negro ou “moreno”, na verdade eles nem se importam com isso.
O preconceito racial é uma coisa muito delicada que não vai sumir de um dia para o outro, pelo contrário, vai demorar muito para ele sumir, e talvez ele nem suma porque o mundo que conhecemos hoje foi criado e construído com o racismo e por racistas, como, por exemplo, na época das navegações, quando Portugal escravizava indígenas e africanos para construir o Brasil, e não só o Brasil, milhares de países foram criados dessa forma, e o racismo não ficou lá, o racismo foi passando de geração em geração por famílias brancas que menosprezam pessoas negras, porém não é todo branco que é racista, isso depende de como seus pais criam e influenciam a criança.
Fonte da imagem: acervo pessoal.
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