Série Ficção Científica



por Alexandre Xavier Lima


Nesta série, alguns alunos do sétimo ano especulam sobre o futuro, considerando os avanços tecnológicos e a relação entre ser humano e seu ambiente. Nós te convidamos a prestigiar as primeiras aventuras desses alunos nesse gênero e viajar pela imaginação!

 

 

PRHX o robô cientista (Parte 4)

Gabriela, 73

 

VOLTAMOS ao laboratório hoje de manhã. Ontem passamos o dia revisando tudo. Eu e PX iniciamos o dia vendo tudo que pode servir de pista. Descobrimos que a pessoa que invadiu a sala tentou fazer uma cópia dos arquivos sobre os cérebros positrônicos. Ela não conseguiu porque nós só podemos fazer cópias ou salvar as informações em outros lugares como pendrives, por exemplo, se tivermos a autorização do Sr.Aghani.

- Kyra!

- Caramba, PX, quer me matar de susto?!

- Claro que não, nunca faria isso!

- É só uma forma de dizer mas… o que foi?

- Acontece que tenho uma ideia de como descobrir quem foi o invasor. Não sei como não pensei nisso antes…

- Qual ideia?

- Estava analisando as imagens de segurança e lembrei que, como a pessoa estava com as mãos descobertas, deve ter deixado alguma digital pela sala!

- Mas você já escaneou toda a sala, se tivesse alguma coisa de diferente você teria percebido não?

- Eu escaneei a sala mas não estava analisando todas as digitais, posso ter deixado algo escapar e, como sou um robô, posso ver tudo de novo bem mais rápido que vocês.

Disse para contarmos a ideia a Dorian. No caminho para sua sala, me deparo com Bree e Olden. PRHX conta tudo resumidamente para os cientistas que, animadamente, nos seguem correndo pelos corredores com seus jalecos brancos esvoaçando às suas costas. Como estava quase no fim do nosso horário de trabalho quando contamos a ideia, nosso chefe nos liberou mais cedo. Acompanho PX até nossa sala e após guardar meu material, me despeço do robô, que permanece ligado para examinar a sala novamente.

ESTAVA na casa de Bredam lendo um livro sobre química culinária, enquanto ele lia o JDO (Jornal Digital Oficial). Tínhamos acabado de voltar do trabalho quando, de repente, ouvi uma espécie de sirene bem alta. 

Saio correndo de casa para ver o que estava acontecendo. Ao olhar para o lado esquerdo da rua, vejo uma luz alaranjada ao longe. Quando presto mais atenção percebo que era o prédio do LabôRobô. Ele estava pegando fogo.

Eu e Bredam logo entramos em seu carro e vamos em direção ao prédio a toda velocidade. Nunca em toda a minha vida cheguei tão rápido a este lugar. Fiquei sem reação ao ver, bem na minha frente, a minha segunda casa em chamas. Meus olhos se encheram de lágrimas enquanto vários flashes passavam em minha mente com vários dos momentos mais felizes da minha vida.

Fui trazida de volta à realidade ao ver uma sombra saindo do meio do fogo. Ao se aproximar mais um pouco percebi que era Liam. Fui correndo ao encontro de meu amigo que estava com algumas manchas pretas no rosto e a mão com uma queimadura grave. Estava tossindo tanto que quase não pude distinguir suas próximas palavras.

- O Dorian… - disse enquanto olhava e tentava apontar para o edifício.

Na mesma hora Bredam correu em direção ao fogo. Quando vi meu melhor amigo sumir no meio da fumaça, fiquei desesperada. Não podia deixar que algo acontecesse com ele. Estava prestes a correr atrás de Bree quando senti dois braços me segurando por trás, que logo reconheci serem de Ananda. Ela dizia para que ficasse enquanto me debatia para escapar da menina. Foram necessários apenas alguns segundos de distração para que pudesse me desvencilhar da minha amiga.

Quanto mais adentrava o prédio, mais difícil ficava de respirar. Gritei o nome do meu amigo o mais alto que pude. Dei mais alguns passos e logo avistei um corpo agachado no chão.

- Bredam!

- Ky… o que tá fazendo aqui? - disse enquanto tossia fortemente.

- Vim te resgatar. Agora anda, temos que sair daqui!

Passei seus braços pelos meus ombros enquanto, meio curvados, íamos em direção à saída. Minha respiração estava muito fraca e a de Bredam também. Não sabia se conseguiríamos sair a tempo. Demos mais um passo em direção à porta quando ouvi um barulho meio alto. Foi tudo tão rápido que mal tive tempo de raciocinar, ao virar minha cabeça em direção ao barulho, só tive tempo de empurrar Bredam para frente antes de ver parte do teto do laboratório desabar e os vidros se estilhaçarem.

Quando me dei conta, estava caída no chão, minha perna direita queimava muito, havia ficado presa em alguma coisa. Gritava enquanto tentava tirar minha perna debaixo do objeto, não sabia onde estava Bredam, não conseguia ver mais nada. Minha visão ficava cada vez mais turva por conta de minhas lágrimas. O momento parecia durar uma eternidade, não tinha mais forças para continuar, não tenho como sair daqui…

 

Fonte da imagem: https://images.app.goo.gl/5Q85uT4bZzq6h1L38

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESENHA DO CONTO “O MENDIGO SEXTA-FEIRA JOGANDO NO MUNDIAL”, DE MIA COUTO

O Leão, Vinícius de Moraes

I Seminário JORNAL NA E DA ESCOLA: práticas de alunos e professores