NOSSA VOZ REALIZA OFICINA SOBRE NOTÍCIA E CHARGE

 



O encontro promoveu a compreensão da organização do gênero e reflexão sobre os impactos de seu conteúdo

por Alexandre Lima


“Treta pura!” - Dessa forma descontraída e divertida, a professora Angélica Castilho se referiu ao debate sobre a venda da CEDAE, notícia usada para apresentar os gêneros Notícia e Charge na oficina síncrona realizada no dia 24 de maio de 2021.

A professora Angélica, ao falar sobre o gênero notícia, comentou que há uma organização favorecedora para o sucesso desse texto. Essa organização considera três partes: títulos, lead e corpo. Procurou demonstrar tal organização com uma notícia relevante de nossa região: a venda da CEDAE, noticiada no Portal do G1.

Para a professora, a interpretação começa desde o título. Essa afirmação vai ao encontro da fala de Lucca Mascia, participante do projeto, quando afirma que a leitura do título já ajuda a compreender parte da história.

Comentou-se também sobre a presença do lead, facilitador da leitura, tornando-a ainda mais objetiva. A presença da imagem também mereceu destaque, pois ajuda a prender a atenção do leitor, dando plasticidade e destaca uma perspectiva frente ao que é noticiado, recuperando o assunto fotojornalismo, já explorado em outra oficina. Sabe-se que essa organização típica não é uma camisa de força. Ela se molda às necessidades de informação, ou seja, pode variar um pouco.

O corpo da notícia é a “fofoca do bem”!

Também foi abordado sobre o corpo do texto. Nessa parte é recorrente o uso de vozes para enriquecer a apresentação dos fatos. Nesse exemplo utilizado, percebe-se que a venda CEDAE é mais do que uma questão econômica. É também uma questão política.

Ainda sobre essa parte, a professora Angélica comenta sobre a quantidade de termos jurídicos presentes na notícia analisada. Um bom leitor precisa enfrentar esse desafio. Só assim consegue exercer sua cidadania, participando e se inteirando das decisões de sua sociedade, podendo opinar e lutar por seus direitos.

A oficina procurou ressaltar que a notícia prima por objetividade. No entanto, ainda assim toma um posicionamento. Uma agência de notícia pode focar nas “vantagens econômicas” – isso atende a um grupo da sociedade. Outra agência pode focar nas consequências na vida dos trabalhadores ou na insegurança no fornecimento do serviço. Por isso, foi importante o diálogo com uma charge sobre o mesmo assunto. O debate com os participantes conseguiu recuperar a crítica que apontava para os interesses particulares com a venda de uma empresa que dava lucro aos cofres do estado.

Por fim discutiu-se sobre a necessidade de uma linguagem acessível a todos, que assumisse a perspectiva de todas as classes. Se as agências não ocuparem esse espaço, outras agências inescrupulosas que manipulam a população com desinformação podem ocupar, ameaçando dessa forma a democratização da informação.

Participe das próximas oficinas! Para isso, basta entrar em contato conosco. Nosso e-mail é: jornalnossavozcapuerj@gmail.com


Fonte da imagem: arte feita no Canva

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