Entrevista Ficcional



por Alexandre Lima


Apresentamos a série “Entrevista Ficcional” em que alunos simulam entrevistas com personagens da literatura. Nesta publicação, o personagem mais famoso das narrativas de detetive, Sherlock Holmes, é apresentado por Gabriela de Castro (T. 73). Aviso: contém spoilers do livro Um estudo em vermelho!


A verdade por trás do misterioso

“Estudo em Vermelho”

Tudo o que você precisa saber sobre o caso das mortes dos senhores Drebber e Strangerson.


Entrevista

publicado 08/11/1881


Recentemente um homem chamado Jefferson Hope foi incriminado por cometer o assassinato de Enoch Drebber e Joseph Strangerson. Por conta da morte repentina de Hope após ser preso, acreditávamos que nunca saberíamos o que realmente aconteceu. Porém nossa equipe de jornalistas buscou se aprofundar mais no caso. Em meio a toda essa busca descobriram que o até então detetive amador Sherlock Holmes, que dizem ter “mostrado algum talento na função de detetive”, nada mais é que o responsável por concluir o caso e prender o assassino. Nossa jornalista Melanie Radoux conseguiu uma entrevista exclusiva com o senhor Holmes e nos contará a verdade por trás do caso nomeado Estudo em Vermelho.


entrevistador - Melanie Radoux

entrevistado Sherlock Holmes


M.Radoux - Foi nos informado que o senhor foi o verdadeiro responsável por resolver o caso e o concluiu em apenas três dias após investigar a cena do crime. Poderia nos contar o que exatamente viu no local e o que mais te ajudou a solucionar o caso? 


S.Holmes - Pude ver muitas coisas naquele local. Se fosse contar todas, eu certamente passaria muito tempo falando. Mas acho que as pistas que mais me ajudaram foram as marcas de uma carruagem na rua, que aparentemente era um cabriolé de aluguel. Ao examinar a entrada da casa notei pegadas, de dois homens para ser mais específico, que estavam completamente apagadas em alguns pontos, o que mostrava que estavam ali há mais tempo. Ao examinar o cadáver, notei um odor azedo em sua boca e cheguei à conclusão de que fora compelido a tomar veneno. Porém a pista que me ajudou a descobrir o motivo do crime foi uma aliança que caiu do cadáver. Com ela pude confirmar a minha hipótese de que o motivo do crime envolvia uma mulher.


M.Radoux - O senhor fala sobre as pistas como se fosse muito fácil perceber tudo isso. O que foi mais difícil para você durante a investigação?


S.Holmes - Acho que, por mais que não tenha sido um caso muito complicado, demorei um pouco mais do que pretendia para capturar Hope.


M.Radoux - Todos os jornais deram o crédito da conclusão do caso para os senhores Gregson e Lestrade. Qual a sua opinião sobre eles?


S.Holmes - Acho que Gregson é o melhor elemento da Scotland Yard. Ele e Lestrade são os únicos que valem alguma coisa no meio de toda aquela balbúrdia. São rápidos e enérgicos, mas têm métodos convencionais… terrivelmente convencionais. Se não fosse pela insistência do meu companheiro Dr. Watson, nunca teria aceitado o caso.


M.Radoux - Como disse anteriormente, o senhor não recebeu o devido crédito pelo caso. O que tem a dizer sobre isso?


S.Holmes - Eu sabia que isso aconteceria mesmo antes de aceitar a proposta, por isso não fiquei tão surpreso. Porém não acho que seja coerente tratar como detetive amador a pessoa que descobriu e prendeu o assassino.


M.Radoux - Sabemos que o crime foi resultado de uma rivalidade romântica, porém o que exatamente levou Jefferson Hope a cometer os assassinatos?


S.Holmes - O criminoso explicou que os homens que matou haviam matado a mulher com quem iria se casar e o pai da jovem moça. De acordo com Hope, Strangerson matou o pai da menina por não permitir que a filha se casasse com ele. A jovem foi obrigada a se casar com Drebber e acabou morrendo de desgosto. Jefferson os assassinou após anos de perseguição dando início ao caso Estudo em Vermelho.


M.Radoux - O senhor acaba de se referir ao caso como “estudo em vermelho". Qual seria o motivo do nome?

S.Holmes - Bom, eu estava conversando com o Dr. Watson sobre o local do crime, que tinha acabado de examinar e decidi que o caso deveria ter um nome. Achei que poderíamos usar um pouco de linguagem artística. Na meada incolor da vida, corre o fio vermelho de um crime, e o nosso dever consistia em desvendá-lo, isolá-lo e expô-lo em toda a sua extensão.


M.Radoux - Senhor Holmes, essa é a segunda vez que menciona o Dr. Watson. O senhor obteve a sua ajuda para solucionar o caso?


S.Holmes - Eu e o Dr. Watson estávamos morando juntos quando recebi o pedido de Gregson para ajudá-lo no caso. Foi ele quem me convenceu a aceitar o pedido e o Dr. me acompanhou durante toda a investigação. Desde a ida a casa onde foi cometido o primeiro assassinato até a captura de Jefferson Hope.


M.Radoux - Para finalizar a nossa entrevista, poderia nos dizer o que achou do caso como um todo?


S.Holmes - Achei esse um caso simples. Francamente acho difícil classificá-lo de outra maneira, a prova de sua simplicidade é que eu, ajudado apenas por deduções muito comuns, pude agarrar o criminoso em apenas três dias.


Fonte da imagem: acervo pessoal de Alexandre Lima

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