A FORMALÍSTICA, de Adélia Prado

 A FORMALÍSTICA



Adélia Prado


O poeta cerebral tomou café sem açúcar

e foi pro gabinete concentrar-se.

Seu lápis é um bisturi

que ele afia na pedra,

na pedra calcinada das palavras,

imagem que elegeu porque ama a dificuldade,

o efeito respeitoso que produz

seu trato com o dicionário.

Faz três horas que já estuma as musas.

O dia arde. Seu prepúcio coça.


Fonte do texto: <https://www.culturagenial.com/poemas-adelia-prado/>.

Fonte da imagem: <https://pixabay.com/pt/illustrations/flor-girassol-fundo-borboleta-4124558/>.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESENHA DO CONTO “O MENDIGO SEXTA-FEIRA JOGANDO NO MUNDIAL”, DE MIA COUTO

O Leão, Vinícius de Moraes

I Seminário JORNAL NA E DA ESCOLA: práticas de alunos e professores