ELEGIA, de Cecília Meireles

 ELEGIA



Neste mês, as cigarras cantam

e os trovões caminham por cima da terra,

agarrados ao sol.

Neste mês, ao cair da tarde, a chuva corre pelas montanhas,

e depois a noite é mais clara,

e o canto dos grilos faz palpitar o cheiro molhado do chão.


Mas tudo é inútil,

porque os teus ouvidos estão como conchas vazias,

e a tua narina imóvel

não recebe mais notícias

do mundo que circula no vento.



Cecília Meireles


Texto disponível em: <https://www.culturagenial.com/poemas-cecilia-meireles/#:~:text=Eu%20n%C3%A3o%20tinha%20este%20rosto,Nem%20o%20l%C3%A1bio%20amargo.>.

Fonte da imagem: <https://pixabay.com/pt/photos/prado-morgentau-natureza-orvalho-3628843/>.

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