SANTA ALEXANDRINA, 288

 



Quando iniciei meu estágio como estudante do curso de Letras da UERJ no CAp no prédio da Rua Barão de Itapagipe, 311, me deparei com um projeto de ensino baseado na autonomia e na curiosidade. Vi na prática as ideias de teóricos que me foram apresentados nas disciplinas que cursei em meu curso de Formação de Professores no Ensino Médio. Conheci professores que eram promotores de situações em que tanto estagiários quanto estudantes da Educação Básica se sentiam acolhidos e motivados a construir conhecimentos juntos.

Houve uma reviravolta, e meu segundo período de estágio foi no campus Maracanã. O CAp mudava-se mais uma vez e para um ambiente não pensado para receber estudantes da Educação Básica. Era uma situação adversa sim... Toda uma logística foi executada visando ao cuidado e ao conforto dos alunos, e uma vontade de dar o melhor era evidente. Foi um semestre que aprendi muito, muito mais que metodologias de ensino e interação entre professor e alunos, aprendi que uma escola se faz com vontade e esforço em busca do melhor.

Hoje, como professora, me vejo de mudança...

Fui até a Rua Santa Alexandrina, 288, esvaziar meu armário esses dias. Vi o cenário dos últimos 23 anos de nosso Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira. Confesso que deu um aperto. Foi como observar fotografias de paisagens. O prédio. O bloco A e o bloco B. As salas fechadas. A quadra sem movimento e com cadeiras empilhadas. O pátio calmo. Os corredores longos como nunca foram... Tudo coberto de silêncio. E constatei que, assim como Asgard é onde estão os argadianos (não consegui evitar a analogia com o universo Marvel), o CAp-UERJ é onde estão os capianos! 

Desejo com força e esperança (no sentido freiriano) que, em Barão de Itapagipe, 96, continuemos nossa caminhada e que a energia, a determinação, a criatividade identificadas em meu primeiro contato com alunos e profissionais capianos se mantenha.


Angélica Castilho

Rio de Janeiro, 06 de abril de 2021.


Fonte das imagens: Arquivo da equipe Jornal Nossa Voz.



















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