SEGUNDO MOTIVO DA ROSA

SEGUNDO MOTIVO DA ROSA



Por mais que te celebre, não me escutas,

embora em forma e nácar te assemelhes

à concha soante, à musical orelha

que grava o mar nas íntimas volutas.


Deponho-te em cristal, defronte a espelhos,

sem eco de cisternas ou de grutas…

Ausências e cegueiras absolutas

ofereces às vespas e às abelhas.


E a quem te adora, ó surda e silenciosa,

e cega e bela e interminável rosa,

que em tempo e aroma e verso te transmutas!


Sem terra nem estrelas brilhas, presa

a meu sonho, insensível à beleza

que és e não sabes, porque não me escutas…Cecília Meireles


Texto disponível em: < https://www.revistabula.com/7668-os-melhores-poemas-de-cecilia-meireles/>.

Fonte da imagem: <https://br.pinterest.com/pin/282037995387584002/>.

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