Grande parte das pessoas ainda aguardam ou aguarda a vacina(?)

  

por Alexandre Xavier Lima

 

Nessa frase que aparece como título, o sujeito é formado por expressão partitiva (Grande parte), seguido por uma palavra no plural (pessoas). Muitos estudantes geralmente ficam na dúvida se o verbo do exemplo acima deve ir para o plural ou ficar no singular. Esse assunto é abordado na gramática, em um tópico chamado de concordância verbal. Para os gramáticos Celso Cunha e Lindley Cintra, as duas possibilidades são válidas, como, podemos observar no trecho: 

“Quando o sujeito é constituído por expressão partitiva (como: parte de, uma porção de, o grosso de, o resto de, metade de e equivalentes) e um substantivo ou pronome plural, o verbo pode ir para o singular ou para o plural” (Cunha & Cintra, 2007, p. 513)

Talvez essa seja a regra mais realista, pois atesta o fato de que a língua é um fenômeno variável, ou seja, permite mais de uma realização para a mesma unidade de comunicação.

Contudo, o fato de as duas possibilidades serem aceitas não significa que o escrevente possa utilizar as duas possibilidades no mesmo texto. O adequado é escolher uma possibilidade e aplicar em toda produção textual, mostrando que se trata de um texto com consistência formal. Os jornais fazem isso. Eles optam pela a variante no singular, como, no exemplo:

“Se há um pedido que grande parte das pessoas (se não todas) deve ter feito na virada para 2021, é que a vacina contra o coronavírus chegasse aos braços dos brasileiros” (saude.abril.com.br)

 

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