BACANAL

 

 


Quero beber! cantar asneiras

No esto brutal das bebedeiras

Que tudo emborca e faz em caco...

Evoé Baco!

 

Lá se me parte a alma levada

No torvelim da mascarada.

A gargalhar em doudo assomo...

Evoé Momo!

 

Lacem-na toda, multicores

As serpentinas dos amores,

Cobras de lívidos venenos...

Evoé Vênus!

 

Se perguntarem: Que mais queres,

Além de versos e mulheres?...

- Vinhos!... o vinho que é meu fracco!...

Evoé Baco!

 

O alfanje rútilo da lua,

Por degolar a nuca nua

Que me alucina e que eu não domo!...

Evoé Momo!

 

A Lira etérea, a grande Lira!...

Por que eu extático desfira

Em seu louvor versos obscenos.

Evoé Vênus!

 

Manuel Bandeira

(Disponível em: <https://www.escritas.org/pt/t/11053/bacanal>.)

 

Fonte da imagem: <https://pixabay.com/pt/photos/%C3%B3culos-brindando-elogios-%C3%A1lcool-919071/>.

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