MONSTRO DE ALIANÇA
MONSTRO DE ALIANÇA
Por Lívia Paiva dos Reis (T 91)
A cada dois segundos uma mulher é
agredida no Brasil. Física ou verbal, agressão é agressão. E não importa se é
no primeiro encontro ou em vinte anos de casamento, a vitimização da mulher não
vê tempo nem lugar! “O presente não é um passado em potencial, ele é o momento
da escolha” (Simone de Beauvoir).
Para uma mulher ser agredida,
primeiramente ocorre o momento da escolha, em que o agressor passa pela fase
mais crítica do ciclo da agressão: o ato físico. O ciclo começa com um aumento
da tensão no relacionamento; logo depois, temos a agressão, o distanciamento, a
reconciliação e tudo recomeça. Em último caso, o relacionamento abusivo pode
levar ao feminicídio.
Quanto ao psicológico da mulher,
a situação não é diferente. O mesmo fica extremamente fragilizado e os sintomas
são muitos: insônia, fadiga constante, medo, ansiedade, vergonha de si mesma e
pode levar ao suicídio. A vítima se sente sozinha, confusa. É um momento
extremamente delicado, pois a pessoa que a deveria amar e respeitar, torna-se
agora o monstro debaixo da cama, só que com aliança.
A situação parece não ter saída,
mas é necessário contar com todo tipo de ajuda que for necessária. Nunca é
fácil, pois na maioria das vezes, a mulher é dependente financeira e
emocionalmente do agressor, além de também poder ter filhos com ele.
Denunciar o homem à polícia e
procurar um lugar seguro para ficar é o melhor a se fazer. O problema é que nem
sempre essas medidas são respeitadas, e a mulher se vê, mais uma vez, sem
saída. É nessas horas que os diversos programas e instituições para lidar com
tudo isso entram em cena. A mulher precisa ser ouvida e cuidada. Precisa de
força de outras mulheres para passar por isso. Ela merece ser feliz de novo,
pois algum dia as marcas que estão no seu peito serão uma prova de toda sua
força.
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