O POEMA DO SEMELHANTE (parte 3)
Elisa Lucinda
O Deus soprador de carmas
deu de eu ser parecida
Aparecida
santa
puta
criança
deu de me fazer
diferente
pra que eu provasse
da alegria
de ser igual a toda gente
Esse Deus deu coletivo
ao meu particular
sem eu nem reclamar
Foi Ele, o Deus da par-essência
O Deus da essência par.
Não fosse a inteligência
da semelhança
seria só o meu amor
seria só a minha dor
bobinha e sem bonança
seria sozinha minha esperança
(madrugada onde fui acordada pelo poema no Rio de Janeiro, 10 de julho de 1994)
Fonte do texto: <https://www.jessicaiancoski.com/post/poemas-de-elisa-lucinda>.
Fonte da imagem: <https://pixabay.com/pt/photos/rosa-flor-amor-romance-lindo-729509/>.
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