O POEMA DO SEMELHANTE (parte 2)
O POEMA DO SEMELHANTE (parte 2)
Elisa Lucinda
Esse Deus sabe que alguém é apenas
o singular da palavra multidão
Eh mundão
todo mundo beija
todo mundo almeja
todo mundo deseja
todo mundo chora
alguns por dentro
alguns por fora
alguém sempre chega
alguém sempre demora.
O Deus que cuida do
não-desperdício dos poetas
deu-me essa festa
de similitude
bateu-me no peito do meu amigo
encostou-me a ele
em atitude de verso beijo e umbigos,
extirpou de mim o exclusivo:
a solidão da bravura
a solidão do medo
a solidão da usura
a solidão da coragem
a solidão da bobagem
a solidão da virtude
a solidão da viagem
a solidão do erro
a solidão do sexo
a solidão do zelo
a solidão do nexo.
Fonte do texto: <https://www.jessicaiancoski.com/post/poemas-de-elisa-lucinda>.
Fonte da imagem: <https://pixabay.com/pt/photos/rosa-flor-amor-romance-lindo-729509/>.
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