SOU ESSA , de Fernanda Young

 SOU ESSA



Fernanda Young    


Eu bordo o labirinto quente das minhas veias.

Repito as palavras como mantras, nas voltas que a agulha faz.

Por vezes me furo e não o pano, gosto de levar esse susto.

É a digital de sangue que deixo ali: minhas lágrimas, cervejas, rompantes.

Se me revelo expondo as fraquezas, confusão, raiva.

Não me constranjo.

Há muito cansei de

Desculpar-me.

Sou essa, e aceito não ser querida.

Se me arrependo de algo,

Digo aqui e bordarei:

Foi ter saído de mim,

Para deixar alguns entrarem.


Fonte do texto: <https://recantodopoeta.com/sou-essa/>.

Fonte da imagem: <https://www.piqsels.com/pt/public-domain-photo-ozltf>.

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